quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

SINAIS VITAIS

                                         SINAIS VITAIS


Os primeiros minutos que se sucedem a todo acidente, principalmente nos casos mais graves, são importantíssimos para a garantia de vida da vítima, principalmente se forem bem aproveitados pelo Socorrista.

As chances de sobrevivência diminuem drasticamente para as vítimas de trauma que não recebem cuidados médicos especiais dentro de uma hora após o acidente.

Se o acidentado tiver a sorte de ter um Socorrista por perto, que possa prestar-lhe os Primeiros Socorros, aumentam as suas chances de recuperação.

Da parte de quem presta o auxílio, há uma verdadeira corrida contra o tempo, onde os seus conhecimentos técnicos (de primeiros socorros) têm de ser praticados com rapidez e eficiência.
O autocontrole é fundamental pois, sem ele, atitudes irresponsáveis podem por em risco a vida do paciente e a sua própria.

Dentre tantas providências que se fazem necessárias nesses casos, o Socorrista deve ter bem clara em sua mente, aquelas realmente produtivas.

A sequência lógica a ser seguida pelo Socorrista, na maioria das situações de acidentes, pode ser resumida nas cinco (5) etapas seguintes:


Primeiros Socorros
Entrevista
Sinais Vitais
Exame da Cabeça-aos-pés e
Transporte do acidentado.


1 - Primeiros Socorros

É importante que se conheçam os mecanismos da injúria. Certas lesões são "comuns" a certos tipos de acidentes: fraturas são associadas a quedas e colisões; queimaduras são frequentes em incêndios e explosões; perfurações dos tecidos moles do corpo, costumam ser provocadas por ferimentos à bala; e assim por diante.
Assim, as lesões decorrem, em geral, de colisão de veículos, quedas, incêndios, explosões, assaltos (coronhadas, navalhadas, tiros, etc.), afogamentos e acidentes de barco, arma de fogo, envenenamentos, acidentes com máquinas, eletricidade (inclusive raios), picadas e mordidas de animais, e outras causas.

Acontece que, muitas vezes, o acidente ocorre quando a vítima está sozinha e, chegando auxílio, o Socorrista depara-se com aquela pessoa inconsciente e não sabe, de imediato, a causada lesão e/ou da gravidade da mesma.

Na prestação dos Primeiros Socorros, convém


OBSERVAR:

1 - Local: seguro ou perigoso ? perto ou longe do Posto Médico ou Hospital ? há necessidade e meios de remover dali o acidentado ?

2 - Acidentado: está consciente ? tentando dizer-lhe algo ou apontando para alguma parte do seu (dele) corpo ? está sozinho ? (se há vários corpos, pode-se suspeitar, por exemplo, de envenenamento por Monóxido de Carbono).

3 - Curiosos: escute o que dizem. Peça ajuda. Afaste os que estiverem só atrapalhando.

4 - Agente causador: caiu algo sobre o paciente ? há fumaça ? está próximo de um trator tombado ?

5 - Ferimentos: o acidentado está caido numa posição anormal (com o braço torto, por ex.) ? há sangue ?

6 - Sintomas: o Socorrista deve apurar os seus sentidos, de modo a poder ver, ouvir e cheirar, à procura de sintomas. O vômito, por exemplo, é indicativo de algumas lesões específicas; urinar sangue é sinal de fratura de bacia; etc. Observar se o acidentado apresenta sintomas como: náusea, sede, fraqueza, inquietação, medo, etc. Esses sintomas serão muito úteis ao serem passados, posteriormente, ao Médico que atender o acidentado.


VERIFICAR


pele (fria, viscosa, quente ?)
olhos (embaçados ? pupilas dilatadas ?)
face (pálida ou rubra ?)
lábios (azuis ou descolorados ?)
pulso (rápido ou fraco ?)
respiração (ofegante ou quase inexistente ?)
outras.

Quanto ao
NÍVEL DE CONSCIÊNCIAda vítima, verificar:


A = alerta (acordado)
F = fala
D = dor
I = inconsciente (não responde)


2 - Entrevista

Se no local do acidente, estiverem outras pessoas (além do acidentado e do Socorrista), é importante que se obtenha(m) dela(s) as informações e a ajuda de que necessita, para o melhor atendimento da vítima.

As informações a serem obtidas pelo Socorrista nesta "entrevista" rápida, podem estar relacionadas a:


causas e hora do acidente
conhecimento ou parentesco da vítima
indicação de antídodos e endereços úteis
idade, hábitos, doenças e remédios usados pelo acidentado
conhecimento prévio de Primeiros Socorros
etc.

A ajuda que se pode obter dos "curiosos" presentes, diz respeito a:


transporte do acidentado
saída à procura de auxílio e/ou de materiais
captura do animal peçonhento que causou o acidente
direção da viatura de socorro (no caso de carro particular)
etc.


3 - Sinais Vitais

Sinais vitais são indicativos do funcionamento normal do organismo e diz respeito a:

3.1 - pulso
3.2 - respiração
3.3 - pressão arterial
3.4 - temperatura corporal
3.5 - nível de consciência
3.6 - dilatação das pupilas
3.7 - cor da pele.


3.1 - PULSO



O que se chama comumente de "pulso" está associado às pulsações ou às batidas do coração, impulsionando o sangue pelas artérias, e que podem ser sentidas ao posicionarmos as pontas dos dedos em locais estratégicos do corpo. Esses locais são apontados, nas figuras acima e ao lado:
As pulsações devem ser contadas durante 30 segundos, e o resultado multiplicado por 2, para se determinar o número de batidas por minuto. Ou, como mostra o texto da figura acima, contam-se os batimentos durante 15 segundos e multiplica-se por 4.

A interpretação deste resultado, nos adultos, é mostrada na tabela a seguir:

BATIMENTOS CARDÍACOS EM ADULTOS (No./min)NÚMEROINTERPRETAÇÃO
60 a 80 Normal
< 60 Lento (bradicardia)
>= 100 Rápido (taquicardia)
100 - 150 Emergência (acidentado)
> 150 Procurar Médico rápido



Como regra geral, sempre que os batimentos cardíacos forem menores que 50 ou maiores que 120 por minuto, algo seriamente errado está acontecendo com o paciente.

É possível que haja a necessidade de se proceder àmassagem cárdio- respiratória e à respiração boca-a-boca.


3.2 - RESPIRAÇÃO

A respiração, na prática, é o conjunto de 2 movimentos normais dos pulmões e músculos do peito:
1 - inspiração (entrada de ar pela boca/nariz); e
2 - expiração (saída de ar, pelas mesmas vias respiratórias).

Nota-se a respiração pelo arfar (movimento de sobe e desce do peito) ritimado do indivíduo.

A respiração normal e alterada, é mostrada na tabela abaixo:


RESPIRAÇÃO EM ADULTOS (No./min)NÚMEROINTERPRETAÇÃO
12 -20 Normal
<10 >28 Séria emergência




3.3 - PRESSÃO ARTERIAL

A pressão arterial é a força com que o coração bombeia o sangue para as artérias. É medida (por Médicos e Enfermeiros), por meio do aparelho de pressão (almofada inflável, com manômetro, em volta do braço), em unidades de milímetros de mercúrio.

A pressão arterial é dada por 2 números: 12 por 8 é a normal (ou 120 mmHg para a alta, máxima ou sistólica e 80 mmHg para a baixa, mínima ou diastólica --- na linguagem dos Médicos).

Problemas muito sérios podem acontecer se a pressão atinge os valores da tabela abaixo:





PRESSÃO ARTERIALANORMAL (mmHg)MÁXIMAMÍNIMA
> 180 > 104
< 90 < 60



Uma forma expedita de calcular o que deveria ser a pressão máxima normal de adultos até 40 anos de idade é mostrada abaixo:

HOMENS = idade + 100. Exemplo: 36 anos + 100 = 136 mmHg = pressão 14, aproximadamente.
MULHERES = idade + 90. Exemplo: 36 anos + 90 = 126 mmHg = pressão 13, aproximadamente.


3.4 - TEMPERATURA CORPORAL

A temperatura corporal é medida em termômetros (de mercúrio ou digitais) colocados, durante alguns minutos, com a extremidade que contem o bulbo (no primeiro caso) nas axilas ou na boca do paciente.

A temperatura corporal normal é 36,8oC. A partir de 37,5oC já se configura a febre.
Normalmente, as temperaturas elevadas, indicam algum tipo de infecção no organismo.


3.5 - NÍVEL DE CONSCIÊNCIA

Alguns traumas provocados por acidentes, podem alterar o nível de consciência do indivíduo.

A verificação desse nível pode ser checada do seguinte modo:

A = Alerta. Se o acidentado estiver alerta (ou acordado), provavelmente não deve ter sido alterado o seu nível de consciência.

F = Fala. Deve-se procurar fazer perguntas ao acidentado, neste caso, para saber se sua fala foi afetada e qual o seu nível de consciência.

D = Dor. Um terceiro estágio do nível de consciência, ainda mais grave, é quando o acidentado não fala, mas geme de dor.

N = Não fala. Este é o caso extremo ou o mais perigoso. Possivelmente o paciente está desacordado (desmaiado) ou em estado de coma.


3.6 - DILATAÇÃO DAS PUPILAS

A dilatação das pupilas (ou da menina dos olhos) é uma reação normal do organismo à diminuição da luz incidente no globo ocular. Quando a intensidade luminosa aumenta, ela se contrai.
Alterações nesse mecanismo são provocadas por certas lesões, como por exemplo, as do crâneo.

O Socorrista deve observar, inicialmente, se os diâmetros ou as aberturas das pupilas são iguais nos dois olhos. Em seguida, com uma lanterninha, verificar se elas se contraem com a incidência do foco.


3.7 - COR DA PELE

Alterações na cor da pele, normalmente rosada nas pessoas de cor branca, podem ser usadas para diagnosticar certos tipos de acidentes. Senão vejamos:

a)Cor vermelha: pressão alta, ataque cardíaco, álcool, queimaduras, sol excessivo, doença infecciosa, CO2, etc.

b)Cor branca: choque, ataque cardíaco, anemia, distúrbios emocionais, desmaio, etc.

c)Cor azul: asfixia (sufocação), hipóxia (falta de oxigênio), dispnéia, ataque cardíaco, envenenamento, etc.

d)Cor amarela: doença do fígado.

e)Cor preta e azul: derramamento de sangue abaixo da superfície da pele.


4 - Exame da Cabeça-aos-pés

Uma vez verificados os sinais vitais, o Socorrista deve proceder a um exame minucioso do acidentado, literalmente da cabeça aos pés. Neste exame:

4.1 - OLHE: para possíveis descolorações da pele, deformidades, penetrações, ferimentos, aberturas no pescoço e qualquer movimento anormal do tórax.

4.2 - OUÇA: mudanças no ritmo da respiração, sons estranhos ao respirar e ruídos de ossos quebrados.

4.3 - CHEIRE: odores estranhos vindos do corpo do paciente, hálito e roupas.

4.4 - SINTA: as deformações, flacidez, pulsações, endurecimentos ou maciez anormais, espasmos e temperatura da pele.


5 - Transporte do Acidentado

O transporte do acidentado, dependendo do tipo de acidente, dispensa até algumas das 4 etapas anteriores, ou seja, se o caso for muito grave, deve ser providenciado de imediato.

Muito cuidado deve ser dado ao ferido com suspeita de fratura da coluna cervical pois, neste caso, movimentos indevidos podem agravar a lesão.

As várias técnicas de imobilização dos membros, aconselhado antes do transporte dos acidentados e o melhor meio de conduzir o paciente ao Hospital, são mostrados no Capítulo deste trabalho relativo aos FERIMENTOS.

Alguns métodos de transporte são mostrados a seguir:








FONTE:



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